domingo, 17 de abril de 2016

FAZENDAS DE GADO VACUM EXISTENTES NA RIBEIRA DO AÇU NO ANO DE 1786

Eugênio Fonseca Pimentel Geólogo e pesquisador No ano de 1786, Manuel Álvares de Morais era administrador do chamado Gado ao Vento ou barbatão que correspondia ao “gado orelhudo marcado com ferro quente e sinal na orelha que nesta época eram criados em terras sem cercas de arame farpado na qual eram identificados por esse processo de marcação. Até hoje muitos criadores d Açu ferram seu gado com a letra da ribeira da região do lado esquerdo da parte traseira do animal e do lado direita o ferro com desenho do proprietário marcado em ferro quente, vermelho em brasa. Manuel Álvares de Morais nascido em 1739 e falecido no dia 11 de novembro de 1798 era filho do casal José Morais de Navarro e Francisca Bezerra da Silva, proprietários do engenho Ferreiro Torto, localizado no atual município de Macaiba – RN. Era solteiro e ostentava a patente de capitão das ordenanças. Morava no engenho Potengi, em terras que hoje pertence ao município de São Gonçalo do Amarante – RN. Possuía uma légua de terra na ribeira do Ceará - mirim além de outras léguas no riacho Malacacheta na ribeira do mesmo nome. Atualmente o seu testemunho acha-se arquivado no acervo documental do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte na caixa de Nº. 71. Seu e tio que apresentava mesmo nome do sobrinho em apreço, teve destacada atuação na chamada Guerra dos Bárbaros ou Levante dos Gentios Tapuias em que chegou à região do Açu em 1699. Seu pai também teve participação na guerra dos Bárbaros na qualidade de sargento-mor regente. No ano de 1786, Manuel Álvares Navarro elaborou uma histórica prestação de contas, referente a Cobrança dos Rendimentos do Gado do Vento da Ribeira do Assu, através do qual podemos levantar as diversas fazendas que compunham aquela ribeira. Orçou em 18 900. reis, incidindo sobre as fazendas do Açu descritas a seguir: 1- Fazenda Amargoso, 2- Canafistula, 3- do Curralinho, 4- das Almas, 5- de Santo Estevão, 6- da Conceição, 7- de Santa Maria, 8- das Forquilhas, 9- do Rio do Meio 10- dos Pocinhos, 11- Santo Antonio, 12- de Santa Rita, 13- do Mangue Seco, 14- do Salgadinho, 15- da Mutamba, 17- do Panon, 18- do Arraial Velho, 19- das Cacimbas 20- do Olho D’água, 21- do Papaicu, 22- do Piató, 23- do Tabuleiro, 24- do Chafariz, 24- de Santa Ana 25- de Santa Maria, 26- da Lagoa, 27- dos Patos, 28- Tapera, 29- Caiçara, 30- Poço Limpo, 31- do Riacho de Cima, 32- de Santo Antonio e Almas, 33- da Pedra Branca do Panema, 34- da Pitombeira, 35- do Gado Bravo de Cima, 36- da Soledade, 37- da Lagoa do Junco, 38- da Cachoeira de Santa Luzia, 39- da Passagem da Pedra Branca, 40- dos Encantos, 41- da Cachoeirinha, 42- das Coroas e Adquinhon, 43- do Ingá, 44- da Várzea Comprida, 46- do Jatobá, 48- da Pedra Comprida, 49- do Maxixe, 50- Beldroega, 51- do Riacho, 52- dos Tanques, 53- das Itans, 54- do Oiti, 55- Adequê, 56- da Pindoba, 57- Caiçara, 58- da Ana Maria, 59- Lagoa do Ferreiro, 60- dos Malheiros, 61- Estreito, 62- Saco, 63- do Canivete, 64- Eitu, 65- Sacramento, 66- Cuó, 67- do Mendubim, 68- Icu, 69- Bugio, 70- Bonito, 71- do Curralinho do Piató, 72- das Tapuias, 73- do Macaco, 74- da Cachoeira dos Cunhas, 75- de Santa Clara, 76- da Arara 77- dos Angicos 78- Santa Cruz, 79- do Riacho da Serra, 80- da Perdição, 81- da Cachoeira do Panema, 82- do Gaspar Lopes, 83- do Carau de Dentro, 84- Fazenda Patachoca, 85- do Pixore, 86- Tortado, 87- Caiçara de João Crisóstomo. Este artigo teve como base de dados, o livro Ribeiras do Assu e Mossoró Notas para a sua História do historiador Olavo de Medeiros Filho. É importante esclarecer que a maioria da nomenclatura das fazendas se perpetua na região até hoje com o nome original. Muitas das quais se tornaram Comunidades Rurais. Outras, não sabemos direito o porque? mudou de nome como foi o caso da Fazenda Patachoca, que atualmente se tornou Pataxó comunidade rural do município de Ipanguaçu. Historiadores, estudantes e pesquisadores incautos podem pensar que o Vale do Açu foi habitado pelos índios Pataxós. Não Obstante os cidadãos mais idosos de nossa região sabem que o rio e comunidade rural com o nome Pataxó é uma invenção recente. É um mito histórico que nunca existiu na paragem do Açu. Por outro lado à antiga fazenda Arraial Velho hoje pertencente ao município de Carnaubais, foi a primeira grande fazenda do Açu construído por João Fernandes Vieira, grande personagem da Historia do Brasil, herói na Guerra contra os holandeses, na qual foi agraciado com o governo da Paraíba e com uma grande sesmaria em que transformou em Arraial na Ribeira do Açu. Conforme relata Olavo Medeiros Filho, o velho Manuel Soares de Abreu encontrou esse arraial destruído pelos índios Janduis por volta do ano de 1667, ou seja, um pouco antes do começo da Guerra dos Bárbaros ou Guerra do Açu. A comunidade do Arraial, até pouco tempo de propriedade do casal Joaquim Carvalho Costa e Berta Wanderley fica a poucos quilômetros ao norte da atual cidade de Carnaubais – RN.

3 comentários:

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    1. Esta imagem é das águas da Barragem do Açu ou Barragem Armando Ribeiro Gonçalves no RN com cerca de 90% de sua capacidade de armazenamento d'água que quando cheia corresponde a 2.4 bilhões de metros cúbicos. Mostra também uma ilhota comprida arrodeada por um imenso volume de água doce que é distribuida para vários municípios do estado situada seja a juzante ou montante da parede barramento principal.

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